O Centro está instalado no antigo edifício dos Paços do Concelho, no Largo do Pelourinho (antigo Largo do Município), em Vila Velha de Ródão.
O edifício original, cuja data de construção se desconhece, destinou-se a receber os Paços do Concelho no piso superior, reservando-se o piso térreo para a cadeia de que restam as janelas com grades. À exceção dos períodos de extinção do concelho no séc. XIX (1836-1842 e 1895-1898), a Câmara funcionou ali até Julho de 1973.
Em 1846, um incêndio destruiu o interior do edifício e grande parte da documentação existente.
Em 1911, iniciaram-se obras de remodelação para acolher a repartição de “Fazenda e Recebedoria”, mais tarde da “Fazenda Pública”. Acrescentou-se ao edifício municipal o espaço ocupado pela antiga capela de São Pedro.
Nos anos sessenta, os antigos calabouços foram ocupados pela Filarmónica Nova Rodense, depois pela Troupe Jazz, e transformaram-se em sala de televisão a troco de 10 tostões por espetador.
Em Outubro de 1984, o edifício acolheu o Centro Municipal de Cultura e Desenvolvimento de Vila Velha de Ródão, inaugurado pelo então Presidente da República General Ramalho Eanes. O evento foi marcado por uma exposição retrospetiva do pintor Manuel Cargaleiro, natural do concelho (Chão das Servas), e pela inauguração da primeira exposição permanente de Arqueologia, no piso inferior.
O CMCD afirmou-se como referência cultural oferecendo serviços de biblioteca, vídeo, informática, exposições temáticas, ateliês e residências artísticas nas quais participaram jovens artistas de todo o país e do estrangeiro.
A biblioteca funcionou no Centro durante 24 anos até ser transferida em 2008 para o edifício atual na Rua de Santana, inaugurado a 1 de Dezembro de 2009 pela Ministra da Educação, Isabel Alçada, sob a designação Biblioteca Municipal José Baptista Martins.
A exposição permanente de Arqueologia inicial foi concebida e realizada por uma equipa de investigadores do Grupo para o Estudo do Paleolítico Português (GEPP) e da Associação de Estudos do Alto Tejo (AEAT – ex-NRIA), dirigida pelos arqueólogos Luís Raposo e António Carlos Silva. Em 2006, a exposição foi remodelada com o apoio da AEAT e do Museu Nacional de Arqueologia (Diretor Dr. Luís Raposo).
“Vila Velha de Ródão nunca teve foral, apesar de ter gozado estatuto concelhio ao longo dos séculos, da qual é testemunho o seu pelourinho. A antiga povoação é referida documentalmente logo em 1186, como Portas de Ródão, no foral então dado à Covilhã. Poucos anos mais tarde, em 1189, a Herdade da Açafa, extenso território que incluía o atual termo de Vila Velha de Ródão, é doada aos cavaleiros templários, que provavelmente ergueram o castelo de Ródão. Com a extinção da Ordem do Templo, tornou-se comenda da Ordem de Cristo, situação que se manteve em termos eclesiásticos até ao século XVIII. O concelho foi brevemente extinto, entre 1836 e 1837, e então restaurado, mantendo-se até à atualidade.
O pelourinho de Vila Velha de Ródão levantava-se originalmente no centro do antigo Largo do Município, tendo sido removido para um dos lados no século XIX. Foi apeado em 1910, e reconstruído em 1936-37, diante do edifício onde anteriormente funcionava a Casa da Câmara. Ergue-se sobre plataforma de dois degraus quadrangulares onde encaixa a base da coluna, semelhante a um terceiro degrau, porém mais elevada e de arestas chanfradas. A coluna tem fuste cilíndrico e liso, de secção ligeiramente crescente da base para o topo. Não existe capitel, e a peça terminal é composta por um bloco cúbico na sua metade inferior, rematado em pirâmide quadrada de topo truncado. As faces do cubo são decoradas com motivos heráldicos, figurando o escudo nacional encimado por um friso ao modo de coroa, o brasão da vila, uma esfera armilar, e a cruz da Ordem de Cristo.
O soco onde assenta o pelourinho, incluindo a base da coluna, é de fatura moderna, datando do restauro de 1936, embora seguindo a tipologia original do monumento. O fuste é também semelhante ao original. A peça de remate é a única que se pode garantir ter pertencido ao pelourinho primitivo. Trata-se de um singelo pelourinho manuelino, que apresenta a heráldica tradicional do período, incluindo o emblema pessoal de D. Manuel (a esfera armilar).”
Descrição do Património Imóvel – IGESPAR